«Compreendi que tinha de escrever o livro que o leitor agora lê antes de poder passar a qualquer outra coisa. Escrever seria a minha maneira de possuir o que acontecera, assumir o seu controlo, torná-lo meu, recusar-me a ser uma mera vítima. Responderia à violência com a arte.»
A 12 de agosto de 2022, trinta e três anos depois da fatwa contra ele decretada pelo aiatola Khomeini, assim que subiu ao palco do anfiteatro de Chautauqua, Nova Iorque, para falar sobre a importância de manter os escritores fora de perigo, Salman Rushdie foi atacado, e quase morto, por um jovem com uma faca.
Falando pela primeira vez, e com memorável pormenor, dos traumáticos acontecimentos desse dia, Salman Rushdie responde à violência com a arte e relembra-nos o poder que as palavras possuem de racionalizar o que é impensável. Ao fazê-lo, oferece-nos não só o relato pungente e profundamente pessoal da experiência – e superação – desse atentado, mas também uma revigorante meditação sobre a vida, a perda, o amor e a arte – e sobre a descoberta da força que permite a alguém voltar a erguer-se.