Uma jovem mulher organiza umas férias com a mãe no Japão, onde percorrem Tóquio, Osaka e Quioto: caminham pelos canais nas tardes de outono, esquivam-se de chuvas e vendavais, partilham refeições em pequenos cafés e restaurantes e visitam galerias para verem alguma da mais radical arte moderna. Enquanto isso, conversam: sobre tempo, horóscopos, roupas, objetos, família, distância e memória. Mas as incertezas abundam. Quem estará realmente a falar – apenas a filha? A mãe raramente fala, aparenta ser uma presença fantasmagórica que não parece estar de facto ali. E qual será a verdadeira razão desta viagem elíptica, ou mesmo espectral?
Ao mesmo tempo reflexão e elegia, Frio Suficiente para Nevar questiona o facto de todos falarmos sequer uma língua comum, quais as dimensões que podem conter o amor e até que ponto poderemos afirmar conhecer deveras o mundo interior de outrem.
Escolhido entre 1500 candidatos, este romance venceu o Novel Prize, um novo prémio, bienal, patrocinado pelas editoras Fitzcarraldo Editions, New Directions (EUA) e Giramondo (Austrália) e destinado a distinguir um romance escrito em língua inglesa que explore e expanda as possibilidades do género.